terça-feira, 31 de março de 2009

FELICIDADES!!!

A primeira foto tirada com a nova Sony, nem esperei que o carregador acabasse de carregar:-) Cliquem na foto para verem melhor as rosas amarelas que me ofereceram, a "jarrinha" da VA que a minha filhota me deu e o quadro a óleo (gesso sobre tela) pintado e oferecido pela minha amiguinha Isabel Costa (aposentada).

Felicidades, Felicidades, Felicidades…

Hoje dia 31 de Março de 2009, foi a palavra que mais ouvi daqueles com quem trabalhei, a maior parte mais de duas dezenas de anos. Foi portanto o meu último dia de trabalho.

Recebi um presente de alguns amiguinhos, que são uns queridos, e a quem enviei há pouco um e-mail a agradecer, porque não foi possível fazê-lo pessoalmente a todos, porque trabalham por turnos.

Sinto-me muito sensibilizada com o “brinquedo” que me ofereceram, uma Sony digital mais moderna do que a minha que por coincidência chega amanhã do “estaleiro”. Recebi há pouco um telefonema a dizer que já estava reparada. Mas “coitadita” deve estar “super” cansada dado o valor irrisório que na altura custou, e que desde Maio de 2008, não lhe dei descanso. No entanto foi graças a ela que apanhei o gosto pela fotografia.

Espero que me adapte bem ao novo “brinquedo” porque é mais sofisticada. :-)

Obrigada a todos com quem trabalhei estes anos, que me deram tanto carinho, e que me ajudaram nos momentos “menos bons” da minha vida. Para todos sem excepção um abraço de grande amizade e até sempre.

FELICIDADES PARA TODOS!!!

domingo, 29 de março de 2009

NA CALADA DA NOITE...



Foto que tirei à noite junto à Capela das Barrocas em Aveiro (perto de onde resido)


Na calada da noite de Cristina Fidalgo:


Na calada da noite ouço o sussurro do tempo que me beija silenciosamente e me adentra pleno de pétalas brancas de magnólias e aromas frescos de mar... É um tempo que sabe de mim a vontade dos pés descalços e dos braços desamarrados de medos e me enlaça suavemente num despertar lento e calmo que me sabe a ternura de terra mãe e a pele suada de ti...

É assim, na calada da noite, que me alongo num espreguiçar lânguido e te-me desperto num sorriso de palavras-silêncio que soam a gemido...

Na calada
da noite
na ponta
dos teus dedos
baila

o meu sorriso...

No vértice
dos meus segredos
está o brilho

dos meus olhos...

Em silêncio
nas pontas
dos meus dedos
desfio

os nossos sonhos...

e
silenciosamente
beijo-te!...



Cris (Dos meus lábios nasce a noite)

sexta-feira, 27 de março de 2009

ESPELHO NA RIA DE AVEIRO...



Assinalando as 2000 visitas ao meu perfil, deixo uma foto que tirei do "espelho" na Ria de Aveiro, num dia à tardinha, da cúpula do coreto do Fórum de Aveiro (Cliquem na foto para verem melhor). Agradeço a todos os que me visitam, deixam o seu comentário, e manifestam o seu carinho.
Tanto eu como a minha linda cidade de AVEIRO estamos muito felizes!:-)

Da minha amiga Cristina Fidalgo:


Nas asas de um rio…

Se nas tuas margens eu sentasse e chorasse, quem sabe, conceberia o mais lindo romance de amor...Sento. Porém, não choro... ou turvaria a suavidade com que ondulas. Prefiro sonhar... e, das tuas margens, arranco os braços que me embalam, e em ti espelho esta sede de amar sem horizontes. Pudesse eu hoje adormecer nos desejos que se escondem no fundo do teu olhar e entraria, certamente, numa dimensão do tempo da qual não quereria mais voltar. A eternidade, sentada no teu sorriso, não me assusta e a vontade, presa às nossas almas, não me cansa. Saberei pois permanecer nas tuas margens desde que me prometas que as tuas ondas saberão sempre beijar-me devagarinho, como quem tem medo de me assustar. Saberei sempre admirar-te as marés desde que as tuas correntes me falem sempre baixinho, como garantia de que nunca perderei o pé.E mergulharei em ti apenas quando já não houver mar, e o teu leito não tiver mais onde acabar, pois que assim saberei que é chegado o momento do teu curso me agarrar e permanecer em mim...

Cris (Dos meus lábios nasce a noite)

Hoje Sábado dia 28 reeditei a mensagem e fiz a vontade ao meu amigo Reporter Alentejano, o que eu aprendo com aquele "rapaz"! Era assim que querias? Diz alguma coisa:-). Beijinhos.

domingo, 22 de março de 2009

BISCUIT - MANUEL VALENTE FRANCO MORGADO


(Esta foto foi tirada na sexta-feira na "Bertrand" no Fórum de Aveiro)


Hoje o dia nasceu a sorrir nesta minha cidade de Aveiro e eu também.:-)
Esta noite terminei a leitura de um livro (o segundo) escrito pelo meu amiguinho de infância o “Néu” (como o trato desde criança).
É um Romance fantástico, apesar de ser de ficção, muito do que escreve é verídico. Passa-se numa época remota, principalmente no início dos anos cinquenta, mas nele existem várias personagens históricas que todos nós conhecemos.

Uma frase do livro que me “marcou”, parece mesmo que foi escrita para mim:

“NA VIDA, NO TRABALHO E NO AMOR, NADA É DURADOURO E ETERNO; DE UM MOMENTO PARA O OUTRO TUDO SE PODE QUEBRAR EM MIL PEDAÇOS, COMO UM BONITO E FRÁGIL BISCUIT.”

MANUEL VALENTE FRANCO MORGADO:
Nasceu na Vista Alegre a 21 de Agosto de 1953.
Profissionalmente, tem uma vida de 40 anos ligada à cerâmica no campo da modelação, formação profissional e design.
O seu primeiro livro: Vista-Alegre – Memórias do “Reino do Rio” que já vai na 2ª. Edição, é uma delícia, fala da época em que éramos crianças e brincávamos num sítio “Mágico” chamado Vista-Alegre e das “gentes” daquele local.
A escultura da Capa do BISCUIT foi uma peça criada e executada em aprendizagem pelo autor deste livro porque é também um grande escultor!

e-mail do Néu: mvf.morgado@gmail.com

O livro pode ser pedido directamente ao autor através do e-mail pessoal dele, que o enviará à cobrança, ou por outro meio a combinar com ele.


Um muito obrigada meu amiguinho lindo por me teres oferecido o livro, porque adorei lê-lo e sinto-me muito feliz de seres um grande escritor.
Tive muita pena de não ter ido ao lançamento do mesmo (há mais de um ano), conforme era teu desejo, pelo convite que na altura me entregaste pessoalmente, mas foi numa etapa “complicada” da minha vida, que felizmente ultrapassei.

Fico à espera do terceiro livro sim? Espero ir ao lançamento do mesmo e fazer uma reportagem fotográfica.:-)

sábado, 21 de março de 2009

MAIS FLORES NESTA PRIMAVERA






Hoje vou passar a tarde com a minha velhinha ceguinha, (a minha mãe) vou dar-lhe "miminho" e quero que ela me dê "colinho" que bem preciso!

Vou-lhe falar da Primavera, dizer-lhe que as flores estão muito bonitas, que a terra-mãe começou a "dar à luz" e que Aveiro está um jardim muito florido.


Este belo poema é da minha amiga Cecília de Vila Nova de Gaia, uma "garota" muito especial!

Primavera


Chega a Primavera
E com ela multicores
Aromas inebriantes
Que exalam as flores

Chegou uma nova estação
Vão-se os ventos e vendavais
Regressam as andorinhas
E vem-se pardais no beirais

Borboletas, abelhas e joaninhas
Dançam nos jardins coloridos
Como se renovassem a vida
E esquecessem os tempo idos

A orvalhada da manha
O dia de sol radioso,
Fim da tarde a beira mar
Com um laranja grandioso

Podem cortar uma rosa
E prender um passarinho
Mas a Primavera è grandiosa
Ninguém a detém no caminho

Não é uma simples estação
É sentir a alma aquecida
A imaginação fica com asas
E sentimos o colorir da vida!

Liar

sexta-feira, 20 de março de 2009

ESTAMOS NA PRIMAVERA


O tempo voa, ontem era Natal, hoje já começa a Primavera.
Do meu amiguinho Ricky Silva que adora flores, deixo também uma imagem que para mim simboliza a Primavera. A rosa da esquerda sou eu e a da direita é a minha amiguinha Cristina, entendem não é? :-)





http://olhares.aeiou.pt/foto302419.html

Escuta: de Cristina Fidalgo


Apetece-me o rubro dos teus lábios e o doce silvestre da tua saliva no salpicar dos meus desejos...

Podem os teus dedos perder-se nas marés dos meus cabelos ao vento e a palma das tuas mãos trilhar o fundo do meu peito em desalinho enquanto nos meus ombros nasce a procura da tua pele-pêssego da cor da vontade e da loucura...

Podem os teus braços desfazer a fronteira entre a lucidez e o desvario e perder-me eu neles como barco à deriva sem norte e sem caminho...

E podem os teus olhos adentrar os meus segredos e inundá-los de carinho. Podem dizer-me em surdina q há lugares no avesso de nós que sabem a abrigo e a magia...

E mesmo assim, amor, é a amoras silvestres que eu quero hoje o sabor do teu beijar!...

Porque me apeteces, hoje, nas cores que se deitam, ao entardecer, no colo do mar. Porque te quero, agora, na urgência do vermelho rubro do morango que, ao trincar, se desfaz na mais fresca das fragâncias como se fora a espuma branca do mar... Porque te amo em cada gesto, em cada cor, em cada aroma... em cada olhar!...

Dizer-to é simples, mas eu prefiro que o sintas a cada instante da vida e o vejas escrito no céu da minha boca a cada momento em que te beijar!...

Escuta.... ao fundo, baixinho... ouve-se o mar!...

Escuta...


Cris ( Dos meus lábios nasce a noite)

quinta-feira, 19 de março de 2009

A SEGUIR AO ADORMECER


Esta foto foi tirada por mim, no fim de um dia de trabalho, na minha cidade, antes do SOL adormecer e a LUA aparecer no firmamento.


Neste meu modesto espaço vou deixando as palavras escritas pela minha amiga Cristina, como só ela sabe sentir, e escrever, desta forma tão bela!

Também deixo uma imagem da Lua do nosso amigo comum Ricky Silva, que adora fotografia e me tem incentivado a gostar desta arte fantástica!


http://olhares.aeiou.pt/foto248473.html



"POR EXTENSO" de Cristina Fidalgo:


Os meus dedos já não encontram as palavras e as mágoas divorciam-se dos segredos que as faziam sentir-se nuas.
Há mares no horizonte das minhas mãos e gritos loucos nos cantos mais recônditos da minha pele.
Preciso-te tanto que me desamarro deste corpo para poder renascer em asas brancas. É assim, amor, que levanto os pés da terra e desacredito o chão de mim mesma. Ascendo, então, aos céus e plano, em comunhão com os meus sentidos, por sobre os teus sonhos, enquanto emito o som divino dos coros celestiais do amor-céu-pequenino...
Não sou mais lábios, braços ou destino. Sou antes o reflexo dos sonhos, dos sussurros e dos gritos que derramas em mim... peregrino, caminhante, cavaleiro, amigo e amante!
Não mais me pertenço e me abrigo no jorrar intenso das lágrimas quando desertificas, de ti, o meu peito. Antes me sei tempestade, brisa, corrente ou simples partícula viva - pedaço de lava escaldante que somente em ti se atiça e no ar se consome!
Encontrasse eu as palavras e, com elas, te cantaria, desacorrentada de regras, desnuda de âncoras e vestes, mas plena de fantasias!...
Ahhh... encontrasse eu as palavras para te falar de um sonho que me traz de volta à terra... em direcção aos teus braços!...
Cris ( Sussurros fora do tempo)

(Março de 1999)

quarta-feira, 18 de março de 2009

BIBLIOTECA - APRENDER E GOSTAR DE LER


A Bibioteca Municipal de Aveiro - edifício do antigo Magistério Primário (imagem tirada antes da minha máquina, avariar e voltar outra vez para o estaleiro) :-(



A minha amiga Cristina Fidalgo, uma linda, simpática e jovem Aveirense, que lecciona a disciplina de Português, numa localidade mais a norte da nossa cidade, adicionou há umas horas, no Blog dela, que iniciou em Março de 1999, este texto fantástico (escrito com alguma palavras abreviadas como é costume usar-se em mensagens) manifestando assim uma escrita moderna, apreciada pelos nossos jovens.:-)

Um beijinho muito especial para ela, como forma de agradecimento, pelo seu especial contributo, com este, outros textos e poema, que adicionei recentemente no meu Blog.

Gostava que visitassem o Blog da Cristina, vão gostar!


http://osorrisodalua.blogspot.com/



Um dia aprendi a ler...

Como alguns de vocês sabem, sou professora de Português. Mas tb sabem que quando entro nesta seara, onde as sementes vão crescendo, nem me lembro que o sou. Entro aqui sem estatuto profissional, apenas como alguém para quem as palavras são tesouros! Se hoje me refiro a este pormenor é, apenas, porque gostava de partilhar convosco o que me levou a gostar tanto do que faço... Partilhar o que se gosta é um dos meus princípios de vida. Apenas por isso o faço e, se de entre vós, conseguir que apenas um/a fique a gostar um pouco mais de misturar estes pequenos símbolos, a q se convencionou chamar de letras por forma a criar pequenas e simples palavras, que às vezes dizem coisas tão importantes e tão grandes, então darei por bem empregue o pedacinho de vida que dediquei a este canto e a esta mensagem, em particular!...

Ao longo do meu percurso escolar fui sempre uma aluna muito pouco brilhante a Português. Lia as obras que me impunham apenas por obrigação e somente quando não conseguia encontrar os seus resumos, ou um colega que me desse apontamentos já redigidos. Tudo me parecia insípido e maçador: legados velhos, que outros tantos velhos tinham deixado como herança _ daquelas heranças que, depois de arrumado o sótão, apenas um décimo do seu espaço fica ocupado por algo que minimamente se aproveite.
Não sou, nem nunca fui, materialmente ambiciosa por isso também esta herança pouco me dizia.
A par de tudo isto, nunca um professor de Português me tinha falado da sua disciplina com um pequeno brilho que fosse, no olhar!

Um dia, porém, vi-me na eminência de perder um ano da minha vida, apenas pq não conseguia entrar para o 12º ano se n completasse o 11º... e faltava-me apenas passar a Português!!!!
Contrariada, aceitei a única solução apresentada pelo meu pai e à qual n tinha meios de fugir: Explicações durante o Verão!
Claro que me senti a mais infeliz das criaturas quando imaginei a troca da praia pela casa do explicador, a toalha pelos livros e o mar por um quadro negro. Além de q tudo isto significava um enorme deficit nas minhas horinhas de namoro apaixonado... Mas, como contra factos não adianta argumentar e o meu pai era um doce, mas não admitia "mas", lá fui eu, mais triste que os tristes, num dia lindo de sol e de calor em q até os pobres passarinhos pareciam gozar com a minha cara.
O explicador era um Sr. já idoso, com uma linguagem erudita e tão feio q metia dó!... Mas tão lindo por dentro q dava gosto ouvi-lo!...
Não foi preciso mais do q uma explicação para q a ideia de suplício se esfumasse e em seu lugar nascesse uma grande admiração pela palavra. Aquele homem vibrava quando falava de Almeida Garrett, Eça de Queirós, Aquilino ou Junqueiro e todos os tais velhinhos que afinal começavam a não me parecer tão “chatos” assim...
O professor Jaime Vilar, assim se chamava aquele "artista das palavras", sorria por cada um dos seus poros quando falava, falava como quem respira, e fazia-me sonhar! Em cada obra que me ensinava, embrenhava-me nela como se eu fosse uma das personagens. Eu pousava os meus olhos nas páginas dos livros e entrava nelas de corpo e alma, vivendo cada uma daquelas vidas como se fossem minhas.
Quando acabava a explicação, sentia até pena... consolava-me apenas o facto de ter à minha espera, do outro lado da ria, um outro olhar brilhante e, desta feita, que brilhava por mim...

Chegado o exame, provei àquele homem q tinha valido a pena ter-me ensinado a ler um texto nas linhas e nas entrelinhas e, sobretudo, o ter-me ensinado a ler o q nem nas entrelinhas está...

Quando lemos um pedaço de escrita, não nos basta ler as palavras. Para desfrutarmos verdadeiramente do q está escrito, basta-nos tão-somente tentar imaginar os olhos do seu escritor tentando assim ler-lhe a alma. Na alma, sim, nesse pedacinho de nós e dos outros, que nem sabemos bem onde se encontra, está o princípio, o meio e o fim de qualquer história que nos é narrada, apresente-se ela sob a forma que se apresentar. Se nos limitarmos a juntar as letras e a repetir interiormente as palavras que alguém escreve, perdemos a alma do que nos quis dizer ou até daquilo que nos quis esconder...
Compreendendo tudo isto, eu concluí que me basta um livro ou apenas um lápis e um pedaço de papel para nunca estar só!
Foi nesse momento q resolvi ser professora de Português. Não almejo perfeição... essa só a quero em pequenos momentos, mas ficarei feliz se um dia souber que um aluno meu se apaixonou pelas palavras, como eu me apaixonei... se de alguma forma eu tiver contribuído para que alguém tenha aprendido a não estar só. Alguém cujo olhar emane brilho ou derrame lágrimas ao ler ou escrever o q quer q seja!...

Um beijo aos dois homens q me ensinaram a ler: o meu pai e o prof Jaime Vilar (onde quer q estejam!)


Cris (Do Jardim da Minha Alma)

terça-feira, 17 de março de 2009

SIMPLESMENTE OLHANDO



Olhando as casas, olhando a ria, olhando a roupa a secar, simplesmente olhando ...

Da minha amiga Cristina Fidalgo Olhando o céu...

Recordar-te, neste momento, sabe-me a magia e a bolas de cristal feitas de conchas. Sabe-me a mel e a azedas na mistura resinosa que, das nêsperas, nos fica nas mãos. Sabe-me a passado e a rápidos de sorrisos que acabavam em cascatas de gargalhadas no cimo de uma meda de palha com cheiro a leite fresco a “esbarrundar” em amarelo da nata e espuma ainda criança. Sabe-me a fios de areia nos cabelos e a danças mágicas encharcadas de maresia; e a longos vestidos de algas frescas de um verde limo, sedoso e húmido. Sabe-me a figos a suar mel e leite numa mistura que nos permanecia na ponta dos dedos e na ternura dos lábios que se desfazia num olhar delicioso... Recordar-te, neste momento, faz-me crescer andando para trás em busca dos colares de estrelas, que me oferecias nas noites de luar, e dos pedaços de lua com que me bordaste a solidão... e deixaste-me ainda réstias da ria presas nas íris para teres a certeza do meu sorriso sempre que, ao recordar-te, olhasse o céu...
Cris (Conversas Contigo... depois!)

“esbarrundar” – Regiolanismo de Aveiro


sábado, 14 de março de 2009

POMBOS, BARCOS E RIA ...


Hoje passei o tempo todo com o pensamento absorvido no meu descendente mais novo, o meu netinho, que completou três aninhos de idade, e que já está um “rapazote”!
Apesar de estar longe de mim, e sentir uma saudade enorme dele, estou feliz.
Já conversamos os dois pelo telefone, e deu para sentir o seu entusiasmo, só que não entendeu a razão de eu lhe cantar os parabéns, argumentando que ainda não tinha o “BOLO” nem as “VELAS” para apagar. :-)

Quando passeamos junto à Ria o que ele mais aprecia, são os barcos e observar as “pombinhas” junto aos Arcos, (Hotel Arcada) que se situa, mesmo no centro da cidade.

Hoje de manhã fiz algumas fotos, mas aquelas duas ele vai gostar tenho a certeza!


Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen:

No fundo do mar

No fundo do mar
Há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas.
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços.
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

sexta-feira, 13 de março de 2009

NOITE NA CIDADE COM CHEIRO A MARESIA...




Já a iluminação estava ligada quando cheguei a Aveiro, a cidade das "BUGAS" - Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro , como mostro na imagem acima, que todos podem utilizar para passear na cidade em qualquer local, havendo algumas ciclo-pistas para facilitar a circulação do tráfego normal.
Saí do trabalho já tarde, porque estive a “despedir-me” de uma amiga, com quem trabalho há décadas, e que por motivos pessoais cessou hoje, sexta-feira dia 13 de Março, as suas funções na Empresa, evidenciando que não é supersticiosa. :-)
Aproveito para lhe desejar muito êxito e felicidades na sua vida futura, extensivo também à sua família.
Passei pelo Fórum de Aveiro, para comprar uma lembrança ao meu neto que completa amanhã três aninhos e não resisti a fazer uns registos nocturnos.

E já que é noite, e que a mesma conduz a um certo romantismo e deleite, deixo, mais uma vez, da minha amiga Cristina Fidalgo, este belo e sensual poema:


A maresia afaga-me a pele
e murmura-me dos teus braços, amor
e das saudades do teu corpo.

Permito ao sal que alague os meus poros
e me segrede dos teus dedos
ao tempo que do meu corpo emerge o suor
e para ti viaja o meu pensamento.

Cerrando os olhos aninho-me num regaço de algas
frescas que se enleiam nos meus sonhos
e me acariciam a tez como grinaldas
exalando rios de suspiros e de encontros.

Em noites de lua cheia e maré alta
onde a vida se solta e desenrola
no prolongar dos nossos lábios em deleite
ao mais profundo beijo das nossas almas.

Cris (Do Silêncio e da Pele)

quarta-feira, 11 de março de 2009

SUSURROS FORA DO TEMPO...



Hoje, depois do almoço, apeteceu-me olhar o local encantador onde se situa a empresa onde trabalho, e que dentro de pouco tempo, talvez um ou dois meses, me afastarei profissionalmente. É evidente que vou voltar muitas vezes para visitar aqueles com quem convivi ao longo das últimas décadas e também deliciar-me com este sítio “mágico”, que me vai deixar muitas saudades e marcas “no mais profundo da minha alma”.
Estava sozinha quando fiz estes três registos fotográficos e absorvida a observar as modificações feitas e que tornaram este espaço ainda mais atractivo, quando fui despertada, com a chegada de duas amigas, que me estimularam a acompanhá-las num passeio pelo jardim. Lá fomos as três, observando as plantas que começam a crescer e a florir, já que a Primavera está a chegar…


Deixo mais um belo texto da Cristina Fidalgo:

Do mais profundo da minha alma...

Pois não sabes tu que, no descuido do prolongar da cútis, se deixam os olhares adormecer no profundo dos sentidos e na permanência das bocas ensalivadas, como se em romarias de sonhos ascendessem aos céus?
E não sabes como sabem a canteiros de madressilva os abraços liquidificados na profusão de aromas divinos e celestiais?
E acaso olvidas a ternura espasmódica dos ventres escorregadios das manhãs esquecidas na neblina emanada dos corpos cansados da mágica fusão e da permanência dos sucos celestes?
A urgência dos abraços imana da terra e perde-se na procura de beijos que jorram da alma completando assim os espaços rasgados em ferida e aquietando a espera... E a imperfeição dos tempos perde-se na completa ausência de espaços enquanto germinam os sentidos mais pungentes num magnífico regresso do mais profundo das nossas almas.
Tu sabes que podem os teus passos levar-te ao mais permanente dos longes e ao último dos oceanos, mas será sempre a alvura das tuas asas o último manto que vestirei... E o cruzar dos trilhos prolongar-se-á pela eternidade até que o voar dos anjos se surpreenda na troca de um olhar profundo e se fundam num só...
Caminharei sempre até ti!...

Cris (Sussurros fora do tempo)

segunda-feira, 9 de março de 2009

AVEIRO SEMPRE...






Aveiro sempre...

É a minha cidade, onde respiro, onde quero viver, onde passeio, onde o meu olhar vai registando pormenores, onde quero ser feliz!

De Cristina Fidalgo "Saudades" um texto muito bonito que escreveu em 21 de Setembro de 2007, num espaço chamado "Aveiro a mais Bela das Cidades" criado pelo meu amigo Ricky Silva.
Gostaria muito de ver um livro escrito pela Cristina, porque é uma jovem cheia de talento, tanto na prosa como na poesia.
Apesar de termos tido pouco contacto, revelou ser uma pessoa muito carinhosa, e disponível para ajudar. Um beijinho muito grande para ela.


Saudades...

Estou sentada neste canto como se numa página de um livro em branco, pleno de palavras ausentes escritas em tons de fogo. Debaixo dos meus pés, ainda descalços, sinto a força mágica de uma relva macia que rasga a terra húmida na urgência de sobreviver.
Ao meu redor é noite escura onde vagueiam ecos de gente feliz e restos de frio bordado de neblina mansa, perfumada de maresia. Adivinho veios de salitre nos olhos das vozes que se desgarram das ruas e se colam aos vidros das janelas do meu quarto.
Sinto cega, a noite, e absorta a lua nos reflexos adormentados das ondas entristecidas da ria. E pressinto a leveza do bailado das palmeiras ao som da brisa do fundo da cidade.

Fecho os olhos e abro serenamente a minha alma, janela virada para o mar, e pinto um farol no recanto mais profundo do teu olhar... e um fundo azul... e um abraço... e o sabor dos teus lábios. Guardo as tuas mãos nas minhas e entrego-te o meu sorriso...

De volta aos meus dedos, reparo que terei que inventar uma nova artéria, no meu peito, onde possa correr, livre, a seiva com que pintei este quadro que não cabe nos contornos de uma simples página de um livro em branco, pleno de palavras ausentes, escritas em tons de fogo a que simplesmente dei o nome de "saudades".

Cris (Sussurros fora do Tempo)

domingo, 8 de março de 2009

“UMA MULHER POSSUI A IDADE QUE MERECE." Coco Chanel


Uma fotografia original:
Uma mulher vestida de preto com cabelo preto, e uma parede branca.
Obrigada Sardanisca :-)
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Neste dia internacional da Mulher não podia deixar de homenagear todas as mulheres com “M” maiúsculo, que ao longo das últimas décadas vêm igualando um espaço nunca imaginado.

Hoje somos mais livres, mais independentes, com uma vontade enorme de vencer em todas as “áreas”, assumindo igualmente o “papel” de mães e mulheres.


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- "Eu já não sou o que era: Devo ser o que me tornei."
- "Onde uma mulher deve usar perfume? Perguntou-me uma moça, onde ela quiser ser beijada, eu respondi."
(COCO CHANEL)

PERFUME DE MULHER - TANGO


Algumas frases femininas dos Anos 50/60, como os tempos mudaram! :-)
“Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas”
- “Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afecto.”
“A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos….”
- “A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa.”
- “Se o seu marido fuma, não se aborreça pelo simples facto de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa.”
- “É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.”

quinta-feira, 5 de março de 2009

LÁGRIMAS


Estas flores foram fotografadas em Janeiro num dia de muita chuva. Na data consta 2006 o que seria impossível, porque só adquiri a “ma petite Sony” em 2007. Alguém??? curioso, mexeu "no que não devia :-)" e só reparei mais tarde. Quaisquer fotos datadas de 2006 são de 2009, acreditem.

LÁGRIMAS:

As flores não choram, como é óbvio, estas estavam a “chorar” porque as gotas de chuva fizeram-nas pingar.


Estas “Lágrimas Ocultas” são da poetisa Florbela Espanca, que aprecio muito:

Lágrimas Ocultas:

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!




Este fado foi cantado "ao vivo" no casamento da minha "filhota" e ouvi-o no passado Sábado quando mostrei o vídeo, do mesmo, ao meu neto.


De Amália Rodrigues, cantado por Dulce Pontes - Lágrima:


quarta-feira, 4 de março de 2009

VERDES SÃO OS CAMPOS




No dia 6 de Fevereiro, depois de já ter sabido o resultado do exame a que foi submetida a minha “filhota”, que a nossa “flor” ainda em botão, estava bem, corri aos campos verdes à procura das “margaridas”, que adicionei aqui neste espaço, nesse mesmo dia à noite.

E nesses campos verdes encontrei também alguns cogumelos que não resisti a fotografá-los.

E como VERDES SÃO OS CAMPOS lembrei-me do ZECA que nasceu nesta cidade e foi criado, por razões de saúde pela tia Gizé e pelo tio Chico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, em AVEIRO, até aos 3 anos (1932), altura em que foi viver com os pais e irmãos, que estavam em Angola, havia 2 anos.




Uxia - Verdes São Os Campos - Uma homenagem feita ao Zeca em Espanha. Sabiam que o Zeca é estudado nas Universidades da Galiza, como poeta?


Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões

segunda-feira, 2 de março de 2009

O "HOMEM" TRANSFORMA, MAS AS LEMBRANÇAS FICAM…










O “homem” transforma, mas as lembranças ficam…

Neste espaço fantástico há muitos anos atrás uma menina muito bonita, chamada Teresinha, que emigrou para os EUA, brincava por aqui com os seus amigos, chegou a trabalhar num edifício, que actualmente está em ruínas (apesar de ter sido por pouco tempo), e bem pertinho da sua “Avó”, que a adorava muito… é uma história muito longa, verdadeira, e uma coincidência extraordinária, porque só a conheci pessoalmente, depois que regressou.

Depois dela entrei eu, não para este local, mas para a mesma empresa.
Nos anos 90 a sede da mesma, estabeleceu-se neste sítio “mágico”, onde ainda trabalho e que no início detestava, porque tinha saído do centro da cidade de Aveiro, da “civilização” :-)

Hoje como é evidente, penso de maneira diferente.